[The GrandFounder #106] Com quem contar na H?
Não economize nas assessorias especializadas (nem no champagne) durante o M&A, a Spectra desacreditando do VC brasileiro, uma novidade especial, as previsões de Dave Kellogg e os deals da semana.
Olá founders!
Seguimos em frente na série de conteúdos com a temática de M&A, pensados para quem vive a Vida de Founder e precisa saber do que se passa nos bastidores. Hoje eu quero compartilhar com você a minha visão (junto de um fato pessoal) sobre as assessorias que podem nos ajudar durante a venda de uma startup. Eu corri um risco calculado e conto um pouco do que aprendi com isso.
No fim, deu tudo certo. Mas, por inexperiência, facilmente nos colocamos em certas situações de vulnerabilidade que podem custar caro.
E mais: a bronca da Spectra com o mercado de VC brasileiro, uma novidade especial, as previsões de Dave Kellogg para o ano de 2024 e o que rolou na semana em aportes, fusões e aquisições.
M&A: Não economize nas assessorias especializadas (nem no champagne)
— 🎩 Um conteúdo da minha série autoral: Vida de Founder.
A venda de uma startup é processo complexo e cheio de altos e baixos. É comum ora estarmos com o negócio em mãos, ora acreditar que tudo está perdido. Só quem passou por isso sabe o quanto é desgastante (física e emocionalmente).
Para mim, é imprescindível que os founders contem com boas assessorias, de preferência que tenham bagagem em negociações do tipo.
Aqui cabe um disclaimer: durante o processo de venda da Hiper, eu acabei tocando por conta própria, sem uma assessoria de M&A, apenas com um bom time de advogadas (que foram espetaculares na condução). Embora eu tenha estudado muito a respeito e me sentia preparado, hoje eu vejo que tocar o processo sem uma assessoria de M&A foi um grande risco… Deu certo, mas poderia ter dado muita coisa errada.
Por duas razões principais.
Primeiro, tem a questão da experiência envolvida. De um lado, você vai negociar com profissionais de M&A, com vários deals no currículo. Do outro lado estará você. Quantos deals de M&A você já fez?
Segundo, ter alguém fazendo a interface com a empresa compradora te alivia de uma série de indisposições. Durante todo o processo existem muitas questões que geram discussões e facilmente podem gerar rusgas. Manter a relação em paz com a empresa (e com as pessoas) com quem, no dia seguinte, você estará trabalhando lado a lado é algo essencial para o sucesso da fase pós-venda. Lembrando que, muito provavelmente, você terá metas para entregar, e precisará de todo apoio possível.
Existem alguns tipos de prestadores que podem te ajudar numa transação de M&A, mas quero citar aqui os dois essenciais:
Um bom escritório de advocacia: vai ajudar a negociar os termos do contrato, proteger os interesses dos founders e evitar surpresas desagradáveis. Qual escritório escolher? Vai depender muito de quem estará do outro lado… se quem estiver assessorando a compradora for um escritório de grande porte, não economize e vá com alguém de primeira linha.
Uma assessoria de M&A: certamente vai ajudar os founders a mapear o mercado, encontrar potenciais compradores, avaliar a empresa, preparar a documentação necessária e sentar na mesa para negociar de fato.
Se você está pensando em vender sua startup, não economize no champagne para o brinde, mas também não economize na assessoria. Uma assessoria especializada pode ajudar você a garantir que a venda seja feita da maneira mais vantajosa possível, maximizando o valor da empresa e cuidando dos seus interesses.
Você não vai querer arriscar logo na hora da venda da sua empresa, vai?
🔵 Top Voice do LinkedIn
Essa semana recebi inesperadamente a notícia de que me tornei um Top Voice do LinkedIn.
O que é isso?
Top Voices é um programa apenas para convidados a nível global. As pessoas são examinadas para garantir que atendam aos padrões exigidos pela rede, além de serem ativos e relevantes no compartilhamento de conhecimento e conteúdo em tópicos específicos.
Uma motivação a mais para continuar compartilhando conhecimento para quem me acompanha por aqui, algo que se tornou um hábito para mim desde 2022 com a criação da newsletter TheGrandFounder, publicada também via newsletter do LinkedIn.
📌 Alfinetadas no VC brazuca
Assunto um tanto polêmico, mas a Spectra, que é uma das maiores gestoras de investimentos brasileira (com mais de R$ 7 bi sob gestão) bateu no peito e afirmou que o Venture Capital no Brasil “deixou de fazer sentido”. (leia aqui)
O racional da turma da Spectra é fácil de compreender:
As startups brasileiras estão sendo avaliadas de forma similar às americanas, mesmo tendo um mercado endereçável bem menor, quando usa-se o PIB dos países (BR vs EUA) como parâmetro de comparação.
O PIB dos EUA é algo em torno de 13x maior que o nosso, logo para a Spectra há uma distorção clara aí, quando coloca-se uma startup brasileira no mesmo patamar de valuation de uma americana. Eles defendem que por aqui, os valuations deveriam ser uma fração do que é nos EUA.
Durante a semana, vi esse tema ser bem discutido em grupos de founders que eu participo. Sem querer polarizar, mas quando se fala em investimento (futebol, religião e política) encontramos gente com todo tipo de preferência:
Enquanto tem gente que detesta crypto, tem seus adeptos ganhando dinheiro…
Enquanto tem gente que não passa nem perto da bolsa de valores, tem gente fazendo boas cifras todo dia…
Tem quem prefere comprar imóveis e viver de renda da sua carteira de locação…
Venture Capital segue a mesma linha: sempre terá gente afim do risco e com apetite para fazer dinheiro.
Com dizem por aí, tem doido para tudo. Não que seja este o caso!
Aportes, fusões e aquisições
Gabriel recebe aporte de R$ 35 milhões liderado por Astella e Qualcomm Ventures [leia aqui]
Conta Simples faz rodada de R$ 200 milhões. [leia aqui]
Neogrid antecipa opção de compra da Predify Tech e da Horus. [leia aqui]
Turbi levanta R$ 150 milhões para aumentar a frota de veículos. [leia aqui]
Lina capta R$ 8M com tecnologia para serviços “Open” [leia aqui]
Fluna recebe aporte de R$ 2,5 milhões da Hiker Ventures (fundo da boutique de M&A Araújo Fontes) [leia aqui]
Agrotoken capta US$ 12,5M em pré-série A para tokenizar commodities agrícolas [leia aqui]
Para ler com calma
As previsões de Dave Kellogg para 2024. [leia aqui]
SEC aprova ETF Bitcoin da Hashdex no mercado spot [leia aqui]
Valeu pela companhia em mais uma edição de The GrandFounder.
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