[The GrandFounder #102] Você venderia sua startup?
O que te motivaria a tomar a decisão de vender sua startup? Uma visão de quem viveu isso de perto. Uma confusão daquelas na OpenAI. E mais: os aportes de Logcomex, Uncover, Radar Fit e Astride.
Olá founders!
A partir desta semana, e pelas próximas, na seção Vida de Founder vou trazer uma sequência de conteúdos relacionados ao tema de fusões e aquisições (M&A) para startups, todos sob o ponto de vista do founder. Percebo que tem muito o que ser falado no que se refere à decisão de vender a startup e como lidar com os aspectos racionais e, principalmente, emocionais que estão envolvidos neste tipo de transação.
E mais: a confusão (digna de filme) da Open AI, e o que rolou no mercado com Logcomex, Uncover, Radar Fit e Astride.
M&A: o que motiva um founder a vender sua startup?
— 🎩 Um conteúdo da minha série autoral: Vida de Founder.
Você pensa em vender sua empresa um dia? E mais, o que te motiva/motivaria a tomar essa decisão? Esse é um tema ainda cheio de tabus e que muita gente evita falar abertamente, porém considero super importante para quem está empreendendo uma startup.
A venda de uma startup é conhecida no mercado pela sigla M&A, de Mergers and Acquisitions, ou Fusões e Aquisições, para nós brasileiros. É um momento de grande realização para os founders, por celebrar um marco de toda uma jornada de trabalho duro e construção de um negócio.
Por outro lado, é um momento repleto de decisões difíceis, muita reflexão e planejamento.
Existem diversas motivações que levam um founder a vender sua startup, mas quero falar especificamente de três, que a meu ver, são as principais: financeiras, estratégicas e pessoais.
Motivações financeiras
Um tanto óbvio, e a mais comum. O motivo é simples, muita gente se joga numa jornada empreendedora mirando subir de vida, financeiramente. Tudo certo quanto a isso.
No caso de uma startup, esse motivo ganha ainda mais peso, pois muitas vezes existem investidores que aportam grandes quantias, esperando um retorno dentro de uma janela de tempo. Com a venda da startup, todos os sócios fecham a conta sobre o retorno do investimento feito… a hora da verdade.
Que mal tem, se pensarmos num negócio com o desejo de melhorar de vida, ou sendo mais direto ao ponto, ficar rico/a?
Motivações estratégicas
A venda de uma startup também pode ser motivada por fatores estratégicos. Por exemplo, uma startup pode ser vendida para uma empresa maior para que ela possa acessar novos mercados, expandir presença geográfica, ganhar mais força perante a concorrência, aproveitar sinergias de recursos e tecnologia. Isso vale para ambas as partes.
Neste caso, os founders (e demais sócios/investidores) também podem botar dinheiro no bolso, mas quando enxergam o movimento como algo mais estratégico, é comum que haja algum pagamento em ações da compradora e o retorno financeiro venha após algum tempo, após explorar as sinergias e buscarem algum crescimento em conjunto.
Nos últimos tempos, vimos muitos casos de empresas competidoras unindo forças para conseguirem seguir firmes na sua missão.
Motivações pessoais
Eu dou um grande peso para esse aspecto. Há casos (e não são poucos) de founders que estão cansados do estresse e da pressão de empreender, passam por conflitos societários, ou querem dedicar-se a outros projetos, passar mais tempo com a família, etc.
Enfim, costumo dizer que toda jornada chegará ao fim um dia, e questões pessoais têm grande influência na decisão de vender a empresa.
Para quem ainda não tem clareza sobre esse assunto, ou está propenso a tomar uma decisão, recomendo refletir com calma, pensando no momento de vida e nos planos de futuro. Abaixo vou deixar algumas perguntas para ajudar você na sua reflexão:
O que eu espero do futuro com a minha startup?
Estou disposto a continuar investindo tempo e dinheiro no negócio?
O item acima, mesmo que tudo seja muito mais difícil do que eu imagino que será?
Tenho o time e recursos necessários para levar minha startup para o próximo nível?
Estou disposto a assumir os riscos de continuar na jornada?
Tenha em mente que essa é uma decisão muito íntima, cada pessoa tem seus objetivos pessoais e seus sonhos. Por isso, seja cauteloso/a, procure conversar com pessoas que passaram por essa experiência para entender melhor sobre o antes e depois.
Pense, planeje, converse, mas acima de tudo, seja coerente com você.
Ai, ai… OpenAI…
Na última sexta, dia 17, o mercado ficou agitado com a notícia da demissão de Sam Altman, até então (e hoje, novamente) CEO da OpenAI.
De lá para cá, rolou de tudo. Sam saiu oficialmente, foi contratado pela Microsoft, quase todo o time da OpenAI ameaçou deixar a empresa, Sam voltou ao seu posto. A demissão foi uma ação do conselho da empresa, que (sim) tem poder para isso. Com a volta de Sam Altman, o conselho será renovado. Não é para menos…
Dessa confusão toda, eu cheguei a algumas conclusões:
Satya Nadella, CEO da Microsoft, que é uma das principais investidoras da OpenAI, deu uma aula sobre como agir em uma crise de tamanha proporção. Ele foi ágil e sagaz. Entre sexta e segunda (antes da abertura das bolsas de valores), a Microsoft havia anunciado a contratação de Sam Altman, aberto espaço para quem mais quisesse embarcar, e sinalizado que seu protagonismo em IA estava mais forte do que nunca. O mercado reagiu super bem.
Sam Altman deve ser um líder super querido pelo seu time. Afinal, praticamente todo o time (de mais de 700 pessoas) da OpenAI ameaçou deixar a empresa se ele não retornasse. Este deve ser um dos grandes trunfos da OpenAI, gente boa e talentosa, movida por uma liderança inspiradora.
Por último, um pensamento: o que de fato está resolvido com a volta de Sam Altman, e o que ficou de sequelas desse episódio? Todo cuidado é pouco, afinal estamos falando de uma empresa que é tida como uma das maiores apostas do mercado na atualidade.
Aportes, fusões e aquisições
🚢 Logcomex, logtech de planejamento e automação de operações de comércio exterior, captou uma rodada série B de R$ 165 milhões, liderada pela Riverwood Capital, com participação da Endeavor Catalyst, Spectra, Igah Ventures, Alexia Ventures e Caravela Capital.
📈 Uncover, martech para gestão de investimentos em mídia e publicidade, anunciou nova rodada de R$ 7,5 milhões, liderada pela ABSeed, acompanhada do já investidor da startup, Marcelo Lacerda.
🚴🏼♀️ Radar Fit, healthtech focada em bem-estar do capital humano das empresas, recebeu aporte de R$ 5 milhões da WE Ventures, iniciativa da Women Entrepreneurship, em conjunto com a Hiker Ventures.
🧾 Astride, fintech de contabilidade e tributação internacional, anuncia aporte de R$ 3 milhões e parcerias estratégias com a Avenue e bancos de grande porte como BTG e Bradesco, mirando expansão para o Brasil.
Esta foi mais uma edição de The GrandFounder.
Obrigado pela leitura. Compartilhe com seus amigos… custa zero, mas vale muito! 😎
Abração!
👉🏼 Saiba mais sobre o meu livro aqui.