[The GrandFounder #101] Olhar de fora (e para fora)
Os benefícios de olhar para fora... e de fora, os números de outubro no cenário de VC, um iPhone-killer vestível (será?), e mais: QI Tech + Singulare, Data Rudder, CondoConta, Fracttal.
Olá founders!
Nem sempre o fato de baixarmos a cabeça e dedicarmos toda a nossa atenção à execução é o que gera os melhores resultados para nossas startups. Olhar para fora (e de fora) tem seus benefícios. Eu aprendi isso, talvez da pior forma. Esse é o tema de hoje em Vida de Founder.
E mais: os números de outubro no cenário de VC, um iPhone-killer (será?), QI Tech + Singulare, e os aportes de Data Rudder, CondoConta e Fracttal.
Tire um pouco a cabeça de dentro do negócio
— 🎩 Um conteúdo da minha série autoral: Vida de Founder.
Quando estamos imersos no no dia a dia das nossas startups, é muito fácil ficarmos cegos com o que está acontecendo ao nosso redor. Naturalmente, ficamos super focados em resolver os problemas, atender as demandas dos clientes, fazer o negócio crescer, que deixamos de olhar o todo.
Isso pode ser um problema, pois muitas das nossas decisões são tomadas nesse contexto. Por isso, é importante que, de vez em quando, o empreendedor tire um pouco a cabeça de dentro do negócio, para olhar de fora.
Se tem algo que aprendi da pior forma na minha jornada empreendedora, foi isso.
Há alguns dias atrás, estava conversando com um dos founders da Hiper, falando sobre esse assunto. No papo, surgiu uma analogia perfeita para ilustrar essa situação, inspirada num filme (que não consigo me lembrar o nome).
Havia uma cidade, situada ao lado de um vulcão. Os habitantes da cidade estavam tão acostumados à presença do vulcão que nem perceberam os sinais de que ele estava prestes a entrar em erupção.
Só quando alguém de fora olha para a cidade, consegue notar a grande nuvem de fumaça que estava se formando sobre ela. Havia ali um sinal claro de que algo de grande proporção estava prestes a acontecer, mas os habitantes da cidade não notavam. Ou, se viam, acabavam não percebendo como algo incomum.
Um dos melhores jeitos de tirar a cabeça de dentro do negócio é buscar aconselhamento de pessoas experientes, que já passaram por bem mais desafios do que nós passamos. A vivência tem um peso enorme quando estamos querendo fugir dos erros.
Procure buscar aconselhamento de mentores, investidores, consultores e de outros empreendedores que já passaram por situações semelhantes. Esse último grupo tem muita relevância.
Algo que pouca gente faz, depois que o redemoinho da operação toma conta do seus dias, é estudar o mercado: entender as necessidades dos clientes, acompanhar as tendências, analisar a concorrência. Tudo isso precisa ser feito constantemente, não apenas no começo. É com isso que identificamos oportunidades, e principalmente, as ameaças.
Eu sempre fui daquele tipo de empreendedor que baixa a cabeça e bota para fazer. Hoje, vejo que isso, em excesso, te impede de olhar o negócio de fora. Dedicar um tempo para buscar ajuda, estudar o mercado, ler, falar com clientes… Nada disso é contraditório a estar focado nas entregas. Ao fazer isso, nos tornamos mais preparados para tomar decisões, enxergar oportunidades e fugir de ameaças.
⛅️ Outubro morno nas captações
O volume de captações realizadas por startups latino-americanas no mês de outubro não animou.
Quando comparado com o ano passado, em out/23 foram registradas 33,3% menos rodadas (72 vs 108). Em volume financeiro, foi US$ 369,9 milhões este ano contra US$ 489,8 milhões em 2022. O Brasil correspondeu por 54% das rodadas.
O grande destaque foi para a captação de US$ 200 milhões da QI Tech, onde voltamos a ver rodadas de grande expressividade em late stage, que anda um tanto parado ultimamente.
👀 Viu o AI Pin?
A Humane anunciou a sua primeira criação, o AI Pin, um dispositivo vestível que quer diminuir a nossa necessidade de usar smartphones.
Foram 5 anos desenvolvendo, 25 patentes adquiridas e parcerias com empresas de grande relevância em IA, como OpenAI, Microsoft e Salesforce.
O dispositivo é controlado por voz e toque, além de uma projeção na palma da mão. Traz um assistente virtual que envia mensagens de texto, toca músicas, tira fotos e faz chamadas, e diz ser superior ao que temos hoje com a Siri, Alexa e Google Assistant.
É bem inovador, e feito por gente que entende do assunto. Os fundadores da Humane fizeram parte do time Apple entre 2008 e 2016, mas será que a Humane vai emplacar o sucesso que outros dispositivos vestíveis não conseguiram? Quem lembra do Google Glass?
Aportes, fusões e aquisições
🏴☠️ Data Rudder, plataforma de data analytics para prevenção de fraudes e experiência do cliente, capta rodada Série A de R$ 10 milhões, com a L4 (da B3) e BTG.
🏢 CondoConta, o banco digital focado em condomínios, anuncia nova captação, agora uma Série A de R$ 72,3 milhões, um mês após ter captado R$ 30 milhões.
🏦 QI Tech, plataforma de banking as a service, adquiriu a corretora Singulare, uma das maiores em administração de fundos de investimento. A transação não teve o valor divulgado, e veio logo após a compradora receber um aporte de R$ 1 bilhão.
👨🏽🔧 Fracttal, startup de gestão da manutenção de ativos físicos, recebeu aporte de US$ 10 milhões, rodada liderada pela chilena Kayyak Ventures, com participação da GoHub Ventures e Amador Holdings.
Chegamos ao final de mais uma edição de The GrandFounder, a número 101… e contando.
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Abração!
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