[The GrandFounder #80] Controle (desde que) na dose certa
Como equilibrar a estrutura de lideranças de forma eficiente, a fórmula mágica para gerar unicórnios (será?), Apple Vision Pro e mais: Superlógica, Compra Rápida, Onfly, Hurb e Cubo for Investors.
⚡️ VIDA DE FOUNDER
Span of Control: como ser eficiente na estrutura de lideranças e liderados
— 🎩 Um conteúdo da minha série autoral sobre a Vida de Founder - do ZERO ao EXIT.
Muitas vezes ao longo da minha jornada à frente da Hiper eu me deparei com a preocupação quanto ao equilíbrio da nossa estrutura de lideranças e liderados.
Algo que sempre procurei evitar era que chegássemos ao ponto de ter uma estrutura muito inflada, com muitos níveis e uma hierarquia pesada. Nunca gostei da ideia de ter chefes demais e pouca gente fazendo a mágica acontecer.
Na época, descobri que o mercado chama isso de Span of Control, que numa tradução mais literal significa a “amplitude de reportes diretos” que um líder possui efetivamente para gerenciar.
Essa questão tem uma grande importância para a eficiência das startups, principalmente no que se refere à uma das principais linhas de despesas/custos, que é a folha de pagamento.
Quando encontramos um cenário com número muito grande de subordinados para as lideranças, é bem provável que haverá sobrecarga e dificuldade de orientação individualizada, refletindo diretamente na saúde do time e nos resultados.
Por outro lado, num cenário com um número muito pequeno de liderados, teremos muitas posições de liderança, gerando burocracia e falta de autonomia. É o famoso “muitos caciques para pouca tribo”.
O ponto que quero chamar a atenção é que precisamos constantemente equilibrar a estrutura de lideranças, pois os times são estruturas dinâmicas que crescem em número de pessoas e em novos papéis conforme a empresa avança. É uma das diversas dores originadas pelo crescimento.
Talvez você esteja se perguntando qual é a estrutura ideal para a sua startup. A resposta varia muito da natureza de cada negócio, por isso o mais importante é entender a lógica.
Observe os exemplos abaixo, que apresentam a realidade de duas startups e o número de pessoas distribuídas em níveis, onde no nível 1 está o CEO, nível 2 estão as diretorias, nível 3 as gerências/coordenações e a operação, por fim, no nível 4.
🅰️ Para a “Startup A” temos o Span of Control de 4, ou seja, na média, cada líder tem 4 pessoas para gerenciar. Isso faz com que das 98 pessoas que formam o time, 23 delas ocupem cargos de gestão e 75 atuem em nível operacional (76% do time).
🅱️ No caso da “Startup B” temos o Span of Control de 7, o que significa que cada líder tem em média 7 pessoas para gerenciar. Embora tenha quase 4x mais pessoas no time, essa startup é mais eficiente, tendo 86% do quadro de pessoal ocupando posições em nível operacional.
Tenha em mente que um Span of Control maior tende a promover a descentralização da tomada de decisão e o empoderamento das pessoas. Assuma que uma boa prática é equilibrar o Span of Control em torno de 6-8 liderados para cada líder.
Manter o equilíbrio do Span of Control é algo essencial para promover uma cultura ágil e eficiente, tanto em termos financeiros, como em produtividade e entrega de resultados.
🔥 RESENHA DA SEMANA
Fórmula mágica para se tornar um unicórnio (será?)
Na edição europeia do South Summit investidores de três gestoras sentaram para debater suas percepções sobre eventuais fórmulas para se chegar ao prestigiado (nada contra quem sonha com isso) patamar de startup unicórnio.
Unicórnios são as startups que rompem a barreira de US$ 1 bilhão de valor de mercado.
De fato, não há fórmula mágica, ou coisa do tipo. Mas ao observar aqueles que chegaram lá, alguns comportamentos merecem a nossa atenção. Dentre os pontos citados pelos investidores das três gestoras participantes do painel sobre o tema estão:
empreendedores que já no early stage estão preocupados com os fundamentos e unit economics da startup. 💭 [concordo 101% e tenho falado muito sobre isso por aqui]
o anseio por seguir uma estratégia com foco no longo prazo conectada com a construção de um negócio grandioso de fato.
o domínio profundo e especializado no setor de atuação da startup, sabendo que muitas vezes isso só será possível com a construção de um time complementar em termos de competências e conhecimento técnico.
Agora, me permita um adendo: fórmulas mágicas, quem precisa delas? Num mundo sedento por atalhos para chegar ao sucesso e gente que “nunca fez” ganhando grana ensinando como se faz, o título da matéria até que chama a atenção.
Só que, na real, não há caminho curto para chegar a grandes feitos. Todas aquelas histórias de sucesso que você leu/ouviu/assistiu demoraram bons anos para se tornarem realidade.
Da noite para o dia ninguém construiu nada de relevante. Vai por mim!
Meus 2 cents sobre o Apple Vision Pro
O novo lançamento da Apple, que deu uma resgatada (bem de leve) no falatório sobre metaverso, até que tem seus diferenciais. Mas não é especificamente sobre o gadget de realidade mista que custa US$ 3.500 que eu vou falar.
Meus humildes 2 centavos tem a ver com algo que nós empreendedores nos deparamos sempre que tomamos risco: ou viramos alvo de críticas se fracassamos, ou acertamos em cheio e somos aplaudidos, elogiados e viramos caso de sucesso.
Se o Vision Pro vai ter o mesmo sucesso do iPhone eu não sei. A única aposta que eu faço é a seguinte:
Se der certo → visionários, gênios…
Se der errado → teimosos do metaverso, a “Apple” não é mais a mesma sem Steve Jobs…
Mas uma coisa é certa: até hoje as maiores conquistas foram daquelas pessoas que abraçaram o risco!
Não tem jeito, as críticas são gratuitas e atingem os grandes, os pequenos, os famosos e os desconhecidos… já o sucesso é para poucos, aqueles que têm estômago para encarar a vida como ela é.
De olho no mercado
🏬 Superlógica recebeu investimento de R$150 milhões da Warburg Pincus, para impulsionar o superapp de gestão de condomínios Gruvi, lançado em parceria com Cyrela e Intelbras. Em 2020, a Warburg já havia injetado R$ 300 milhões na companhia.
🛍️ Compra Rápida captou R$18 milhões com os fundos Olive Tree Capital, Liquid 2 e Soma Capital. Os próximos passos da startup estão ligados à expansão da base de clientes mirando também os clientes maiores.
🛩️ Onfly, startup especializada em soluções de viagens corporativas, levantou R$80 milhões com os fundos Left Lane Capital e Cloud9 Capital. Dentre os planos para o uso dos recursos captados está a aquisição de outras empresas.
⛈️ A crise no Hurb (antigo Hotel Urbano) se intensifica com a renúncia do novo CEO, 40 dias após assumir. Soma-se ao fato, a perda de parceiros comerciais relevantes e a suspensão de pacotes. Momento difícil para a companhia, que levanta muitas incertezas sobre seu futuro.
💸 Cubo for Investors é a iniciativa recém-lançada do Cubo, que funcionará como hub para fundos de investimento, atuando em três frentes: comunidade, apoio a gestores iniciantes e ajuda para fundos estrangeiros se estabelecerem no Brasil.
🔮 “Aspas” do GrandFounder
"A eficiência não está em ter muitas pessoas lideradas, mas sim em liderar muitas pessoas de forma eficiente."
— Peter Drucker
Encerramos mais uma edição de The GrandFounder com a missão de buscar o equilíbrio na estrutura de lideranças e liderados, a chave para o crescimento sustentável da sua startup. Com líderes fortes e um time bem gerenciado estaremos com tudo em mãos para encarar os desafios. O sucesso é logo ali!
Posso contar com você para compartilhar a edição de hoje com sua rede? Custa zero, mas vale muito! 😎
Abração!