[The GrandFounder #77] O mundo está cheio de "mais do mesmo"
Como se diferenciar num mundo cheio de mais do mesmo, a Apple mostra os dentes contra o ChatGPT, a onda positiva no Corporate Venture Capital brasileiro, e mais: Alice, Valid, Track.co e Silverguard.
⚡️ Máximo possível contra o mínimo necessário
— 🎩 Um conteúdo da minha série autoral sobre a vida de founder: Do ZERO ao EXIT.
Que tal falarmos sobre um tema que muitos profissionais (e empreendedores) insistem em considerar banal: fazer as coisas com excelência, com capricho… sair da mediocridade.
Quero puxar uma reflexão simples sobre entregar valor de verdade para os clientes e ir além do mediano, que começa com aquele pensamento de que o mínimo necessário é bom o bastante.
Talvez seja por isso que muitas startups se contentam em fazer o “mais do mesmo”, sem se esforçar para ir além. O ponto positivo é que aqueles que fazem um algo a mais facilmente se destacam.
Na minha vida, procurar fazer as coisas bem feitas sempre foi uma premissa. Acredito que muito se deva à cultura lá de casa. Um único ponto de atenção é não pecar pelo excesso… mas nem de longe esse será o maior dos problemas.
Quando começamos a desenvolver a cultura da Hiper (o time tinha menos de 10 pessoas), esse pensamento já se refletia nos nossos primeiros rabiscos do que viria a se tornar o Código de Cultura da empresa, sendo transmitido em um dos 8 valores da nossa cultura: “Fazemos o nosso melhor”.
Toda empresa deveria ter esse princípio incorporado nos seus valores e, a partir dele, alimentar um senso de que cada pessoa está ali para fazer o máximo possível, não o mínimo necessário.
Pode parecer um tanto óbvio, mas não é!
As pessoas não são educadas para fazer o máximo possível… por isso é preciso botar energia nesse tema, para que uma cultura de excelência e capricho ganhe força.
Quando cito que as pessoas não são educadas para tal pensamento, me refiro principalmente ao sistema educacional, onde nós, quando ainda crianças somos direcionados à buscar uma nota pelo menos suficiente para passar de ano. Então, esse se torna o alvo para a grande maioria. Absorver o conhecimento fica em segundo plano.
O resultado se vê no desenvolvimento das pessoas, que se contentam com “fazer o mínimo” suficiente para chegar aos seus objetivos, o que acaba também limitando sua evolução pessoal.
Um contraponto são os atletas. Tenho usado tal analogia como exemplo desde muito cedo quando falava (para o nosso time) sobre esse tópico da cultura da Hiper.
Um atleta, por estar obstinado a vencer, jamais pode entrar numa competição pensando no mínimo necessário. Ele precisa fazer mais do que os demais competidores, dar o seu melhor… fazer o máximo possível.
Isso puxa outras características relevantes: a melhoria contínua, a disciplina e o esforço constante. Quem duvida do poder de tudo isso combinado?
A diferença entre o estudante e o atleta é clara. E é exatamente essa mentalidade de busca pela excelência que nós, empreendedores, precisamos incentivar e desenvolver nas pessoas ao nosso redor… começando pelo exemplo próprio, que alimentará uma cultura de excelência, esforço e disciplina.
Já que não é uma condição normal do mundo em que vivemos, como bons empreendedores, cabe a nós investir nisso e desafiar o pensamento do “mínimo necessário”.
Não tem fórmula pronta, mas requer que se levante essa bandeira dentro das nossas empresas.
Num mundo recheado de gente que se contenta com a média (que é irmã da mediocridade), posso afirmar por experiência própria que vale cada minuto e cada centavo investido.
🔥 Bora para a resenha da semana?
Apple proibiu o ChatGPT para o time
No mesmo instante em que o aplicativo oficial do ChatGPT chega nos iPhones (nos EUA), a Apple decide banir o uso da ferramenta da OpenAI entre seus funcionários.
O que motivou foi a preocupação com eventuais vazamentos de dados confidenciais. Além do ChatGPT, outras ferramentas de IA também foram proibidas, como o Copilot do GitHub (cuja dona é a Microsoft).
Eu li vários livros sobre a Apple e posso afirmar que é cultural por lá um rigor excessivo (quase uma paranoia) em evitar spoiler sobre projetos em andamento e novos produtos.
Não é de hoje que a Apple tem adotado medidas para evitar exposição dos próprios dados e informações confidenciais.
Certa precaução faz algum sentido, haja vista o momento atual onde incertezas são levantadas todos os dias sobre os rumos da tecnologia com a expansão do uso de IA.
Só mais uma coisa que me chamou a atenção: há rumores de que a Apple trabalha numa tecnologia semelhante ao ChatGPT… E aí, o que digo lá em casa?
Corporate Venture Capital em alta
Navegando contra a maré hostil do cenário atual do Venture Capital, as iniciativas de investimentos corporativos em startups, conhecidas como Corporate Venture Capital (CVC) têm ganhado cada vez mais espaço.
Nos últimos 2 anos, 21 empresas de capital aberto lançaram seus veículos para investir em startups em estágios mais iniciais, disponibilizando em conjunto mais de R$ 3 bilhões para aportes.
Num levantamento encabeçado pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) foi identificado que 88% das empresas brasileiras (participantes do estudo) tem iniciativas de CVC, motivadas principalmente pelo desejo de identificar novas oportunidades de negócios, enriquecimento do portfólio, bem como trazer inovação disruptiva para dentro de casa.
O cenário por aqui é mais significativo que o contexto global, onde estima-se que 61,5% das empresas possuam estratégias de CVC ativas.
Olhando de fora, sabemos que ainda há muito para evoluir, principalmente no que se refere à relação entre as corps e startups, mas ao que tudo indica, tem muita gente querendo resolver essa equação.
Bom para o ecossistema!
De olho no mercado
🩺 Alice adquire a carteira de clientes da QSaúde, reforçando sua posição no mercado de saúde corporativa e expandindo sua oferta de benefícios empresariais. A transação impulsiona o crescimento da Alice, que terá mais de 27 mil pacientes na sua base.
🪪 Valid adquire a Flexdoc, fortalecendo sua vertical de identidade digital e ampliando sua oferta de soluções de autenticação e segurança. O valor da transação foi de R$ 40 milhões (em duas parcelas) + 80% do lucro dos próximos 4 anos da Flexdoc.
🤑 Track.co recebe investimento de R$ 33 milhões em rodada liderada pela Provence Partners, TM3 Capital e Green Rock. Este foi o primeiro aporte recebido pela startup que foi fundada há 10 anos e fornece uma plataforma para gestão da experiência do cliente.
🏦 Silverguard capta US$ 1,5 milhão em rodada com Astella e Latitud, mais um grupo de anjos para lançar sua solução contra golpes no WhatsApp e outras fraudes financeiras.
🔮 “Aspas” do GrandFounder
"Empreender é sobre criar uma cultura de excelência, onde as pessoas são desafiadas e capacitadas a superarem suas próprias expectativas."
— Satya Nadella, CEO da Microsoft
Para encerrar mais uma edição de The GrandFounder convido você para refletir sobre como anda a cultura de excelência, superação de limites e entrega de resultados dentro da sua empresa. No final do dia, destaca-se quem faz o máximo possível… e não se contenta com o mínimo necessário.
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Abração!