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[The GrandFounder #60] Sobre amar o que se faz
Na série Do ZERO ao EXIT eu falo sobre amar o que fazemos, mentiram para o JP Morgan, as demissões tech que vieram com o ano novo e o Netflix voltando a brilhar.
❤️🔥 Ninguém precisa amar o que faz logo no dia zero
Esta é a lição número #60 de Do ZERO ao EXIT em 100 lições, uma série de conteúdo autoral criada por mim com o objetivo de compartilhar as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do nascimento à venda da empresa.
Eu acredito que para fazermos com excelência o nosso trabalho é realmente necessário que tenhamos motivação para tal.
Acredito também que a fonte da motivação vem do quanto amamos aquilo que fazemos.
Mesmo assim, não sou um grande crente da filosofia de que o amor acontece logo no dia zero. Ou como os mais românticos apreciam, o tal do amor à primeira vista.
Será mesmo que os melhores chefs de cozinha amavam profundamente a culinária quando começaram a aprender a descascar as primeiras cebolas?
Será que os grandes atletas da atualidade amavam profundamente suas modalidades esportivas lá no comecinho?
Ouvimos tanto que virou clichê o conselho de que devemos amar o que fazemos ou seguir procurando pela nossa grande paixão. Sim, realmente devemos.
Porém, na prática, isso não é tão romântico assim. Nem todo mundo descobre cedo as suas grandes paixões no campo profissional. E está ok… faz parte!
Acho, inclusive quem tem muita conversa fiada nas inúmeras palestras motivacionais sobre carreira e nos milhares de posts nas redes sociais glamourizando o assunto.
Não tenho absolutamente nada contra a ideia de amar o que se faz. Sou um praticante disso… não consigo fazer por muito tempo algo pelo qual não tenho paixão.
Eu apenas não concordo que para embarcar em uma nova carreira ou começar um novo negócio seja um pré-requisito morrer de amores pelo que se vai fazer logo no dia zero.
Obviamente, ter alguma afinidade é no mínimo sensato. Mas paixão no dia zero é exigir demais de nós mesmos. Permita-se experimentar e corra o risco de se apaixonar pelo caminho.
Eu empreendi no ramo de software por gostar muito de programação. Mas se voltarmos no tempo, quando comecei a aprender a programar, não foi paixão logo de cara.
Com o passar do tempo fui tomando gosto e notei que tinha afinidade, até que passei a gostar muito. Isso depois de algum tempo desenvolvendo meus primeiros softwares… lá na adolescência.
Eu comecei a empreender a Hiper por ter uma afinidade com varejo, depois de 10 anos naquele setor. Mas estaria mentindo se dissesse que morria de amores pelo varejo quando comecei. Aprendi a gostar (e muito) durante o caminho.
Decidimos fazer um sistema de gestão para pequenos negócios por algumas razões, mas não como fruto de uma paixão por gestão ou por amor incondicional a pequenos negócios. Mas aprendemos a gostar de ambos no caminho.
O que eu acredito é que todos nós somos mais propensos a nos apaixonarmos pelas coisas que fazemos no caminho… durante a jornada.
Por isso, vá em frente, experimente! Dê a você mesmo essa chance.
Se tiver dúvidas, deixe o tempo responder… vai que vira paixão! Isso tira um grande peso dos ombros.
E mais, que mal tem descobrir depois de um tempo que aquilo não era para você? No final, tudo vira aprendizado.
🔥 Bora para a resenha?
Mentira de uns milhões de dólares
Quando a startup Frank foi adquirida pelo JP Morgan em 2021 com apenas 5 anos de história e um cheque de US$ 175 milhões, a empreendedora Charlie Javice foi projetada na vitrine do empreendedorismo mundial. Afinal, não é todo dia que se vê uma trajetória assim.
Recentemente o caso voltou a ganhar evidência… só que na esfera judicial.
O jornal americano The Wall Street Journal revelou que a empreendedora mentiu na fase de due diligence, tendo apresentado uma lista de mais 4 milhões de clientes, enquanto na verdade a startup atendia apenas 300 mil. Consegue imaginar o impacto disso no valor da transação?
O mais bizarro é a forma como a fraude foi descoberta. Após a transação, foi disparada uma campanha de email marketing para a base de clientes e 70% dos e-mails acabaram voltando, o que obviamente chamou a atenção.
Mais uma história de fraude com final bem amargo, levando a empreendedora da badalada lista Under 30 da revista Forbes direto para o tribunal.
Como dizem, o golpe tá aí… Coisa feia, hein!
Será que vira série no Netflix?
Tum… dum…
No último trimestre de 2022 o Netflix reportou que cresceu 7,7 milhões de assinantes, bem acima dos 4,5 milhões que tinha como meta. Entregou mais do que prometeu, está crescendo novamente e sinalizou que vem mais por aí.
📊 Avenidas de crescimento: A companhia anunciou que em breve passará a cobrar pelo compartilhamento de senhas, um hábito comum para mais de 100 milhões de assinantes. Outra novidade é o plano “mais em conta” que exibe anúncios, algo que pode ser transformacional, mas está sendo testado com cautela.
Talvez seja sinal de novos ventos soprando para o Netflix que sofreu um bocado no mercado depois de reportar resultados pouco animadores nos trimestres anteriores.
Muitos empreendedores sonham em abrir capital na bolsa de valores (fazer o IPO). Mas por trás do glamour de ser uma empresa de capital aberto tem um dia a dia bem puxado, com muita pressão por resultados positivos e por servir o mercado com boas notícias.
O mercado está sempre de olho e normalmente pune com mais força do que aplaude. A pressão é grande do lado dentro. Eu vivi esse mundo durante três anos após a venda da Hiper, quando nos juntamos com a Linx, que era listada nas bolsas brasileira e americana.
A cada trimestre as empresas de capital aberto precisam divulgar seus relatórios de resultados, com as demonstrações financeiras e abrir o capô sobre o que está dando certo e o que não está indo tão bem.
Chegar ao IPO é uma conquista para poucos empreendedores e motivo de orgulho, mas o fato é: depois de abrir o capital, os desafios só aumentam!
Passa no RH!
O ano mal começou, mas os anúncios de demissões nas startups têm sido recorrente nas redes sociais. Quem é ativo no LinkedIn que o diga.
Estima-se que dentre as empresas tech brasileiras mais de mil pessoas foram demitidas esse ano.
Dentre os cortes que foram noticiados esse ano, temos:
Méliuz: 59 pessoas (6% do quadro)
PagSeguro: 500 pessoas (7% do quadro)
Memed: 20 pessoas (11% do quadro)
Unico: 110 pessoas (10,5% do quadro)
Fretebras: 150 pessoas (15% do quadro)
Pier: 111 pessoas (39% do quadro)
Rock Content: 15% do quadro
Depois da forte correção no valuation das empresas tech em 2022, é vital que se priorize a saúde financeira, uma vez que levantar capital não será das missões mais fáceis de se encarar por um longo período à frente.
📉 Desemprego diminuindo: Por outro lado, no cenário macro o fluxo é positivo. Pelo sexto semestre consecutivo a taxa de desemprego do país tem recuado, registrando a marca de 8,1% na última divulgação do IBGE, feita em janeiro.
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🔮 Aspas do GrandFounder… só contém verdades
"Você não escolhe as suas paixões, suas paixões escolhem você."
— Jeff Bezos
Chegamos ao final de mais uma edição de The GrandFounder, não esqueça de compartilhar.
Nos vemos na semana que vem.
Um abração!