[The GrandFounder #99] Viva o escritório (parte 2)
Como virar a chave e voltar para o escritório? OpenAI no escritório mais caro do Vale do Silício, as novidades da Apple em horário nobre, o aporte de R$ 1 bi numa startup brasileira e mais...
Olá founders!
Na edição de The GrandFounder da semana passada falei sobre a minha visão referente ao impacto positivo do trabalho presencial na construção de startups que vão além da média (leia aqui).
No dia seguinte ao envio da news estive num evento para founders em SP, onde tive a oportunidade de debater com várias pessoas sobre o tema. Além das discussões em vários grupos de empreendedores que participo. Obrigado pelas trocas, pessoal. Decidi aprofundar o assunto nesta semana, trazendo muitos insights do que debatemos, complementando o tema com a provocação de como virar a chave e voltar para o escritório?
Confira também, o escritório mais caro do Vale do Silício passa a ser da OpenAI, as novidades da Apple em horário nobre, o aporte de R$ 1 bi numa startup brasileira, e mais: Monuv, Jobecam, Anthropic e Mais Mu.
Como virar a chave e voltar para o escritório?
— 🎩 Um conteúdo da minha série autoral sobre a Vida de Founder - do ZERO ao EXIT.
Estou estudando bastante sobre os formatos de trabalho adotados nas startups. Agora, com o chapéu de founder tirando uma nova startup do papel, isso se tornou ainda mais relevante para mim… e notei que tem muita gente na mesma.
É visível o interesse de muitos founders em voltar para o escritório, querendo voltar a viver o dia a dia de forma presencial, todos juntos.
As razões são inúmeras, mas para citar as que mais ouvi: desejo por alcançar as metas com constância, crescimento fraco, cultura perdendo força, treinamento dos novatos e desenvolvimento das pessoas, engajamento do time, menos gente “vestindo a camisa” e com “sangue nos olhos” de verdade (pertencimento).
De fato, tem um grande grupo com imensa vontade de voltar para o presencial, mas tem medo/receio/dúvida sobre como fazer.
Da mesma forma, vejo muitos founders que, apesar de não estarem confiantes, se acostumaram com a rotina de home office e, me desculpe a sinceridade, estão amparados na ideia de que "deixa as coisas como estão e vamos tocando a vida”. Vale a pena?
Será mesmo que não é hora de mexer nas regras do jogo e trabalhar de uma forma que você (founder) se sinta confiante para tocar os próximos 5, 10, 20 anos da sua vida? Antes de estar bom para todos, precisa estar bom para você… a cultura, os resultados, o negócio sendo construído precisam estar em sintonia com o que você (founder) enxerga como valioso.
O “x da questão” é como voltar para o escritório. Mas se quiser, tem jeito...
Quando todos estavam presencial (pré-pandemia) e viraram a chave, teve um período de 3-12 meses para adaptação.
Teve muita gente migrando para outras cidades, da mesma forma que foram contratadas pessoas em outras localidades. Não dá para ignorar que esse é o grande calcanhar de Aquiles para se fazer o movimento reverso.
Agora, pense comigo:
Para virar a chave novamente para presencial, primeiro traz todo mundo que está próximo da sede para a rotina presencial.
Vão ter dois grupos restantes: (1) aqueles que poderiam mudar para perto do escritório novamente. (2) aqueles que de jeito nenhum mudariam para perto do escritório.
Com o tempo, é natural que uma fatia dessas pessoas saia da empresa organicamente. Ninguém fica para sempre, estando em home ou em office. Inclusive, o fato de estarem menos alinhadas ao jeito de ser da empresa pode ser um ponto que faça ambas as partes pensarem sobre o futuro.
Novas pessoas vão entrando já no novo formato.
Minha aposta é que nos mesmos 3-12 meses tudo volta a ser como se deseja (presencial).
O trabalho presencial pode até não ser a solução definitiva para todas as questões. Você corre o risco de perder algumas pessoas, ter menos acesso a talentos restringindo-se à geografia onde fica a sede da empresa, apenas para citar alguns pontos.
Mas…
Coloque tudo na balança (presencial vs não-presencial): acesso a talentos, contratações, engajamento, desafios de gestão, impactos na cultura, senso de pertencimento, alta performance, colaboração, etc. O que é melhor para você e para a sua startup, no momento em que ela se encontra? O momento do negócio é uma variável-chave.
A resposta a pergunta acima vai te ajudar a concluir se você deve (ou não) comprar essa briga. É uma escolha sua.
PS: Estou aqui para provocar reflexões. Tudo bem se você discordar, quero continuar sendo seu amigo. #paz
🏢 OpenAI aluga o escritório mais caro do Vale do Silício
Agora, a OpenAI, sim a queridinha do momento quando o assunto é inteligência artificial, firmou o maior contrato de locação de escritório de San Francisco (Califórnia, EUA). Um respiro para a cidade que vive uma crise séria com questões de criminalidade, moradores de rua e alta vacância dos imóveis, devido também ao trabalho remoto. Além da OpenAI, outras empresas têm voltado a locar espaços físicos na região este ano, buscando a retomada do dia a dia presencial.
A justificativa para o movimento nas palavras do próprio Sam Altman:
"Acho que definitivamente um dos piores erros da indústria de tecnologia em muito tempo foi achar que todos poderiam trabalhar remotamente para sempre. […] Diria que o experimento sobre isso acabou, e a tecnologia ainda não é boa o suficiente para que as pessoas possam ser totalmente remotas para sempre, particularmente em startups.”
🍏 Apple apresenta novos produtos e inova na forma de apresentá-los
Na segunda, dia 30, a Apple anunciou os novos produtos da família Mac. Os novos processadores M3 foram a grande novidade para os MacBooks e iMacs, prometendo desempenho 65% superior aos M1. As novidades são sempre um show à parte. Mas um ponto que merece um destaque foi o formato que a Apple adotou para apresentá-las ao mercado. De forma inusitada, o evento foi transmitido online pelo YouTube em horário nobre, competindo com programas de grande audiência da TV americana. O que vem por aí, não se sabe… mas não tenha dúvida que não foi por acaso. Assista aqui.
Aportes, fusões e aquisições
🏦 QI Tech, fintech que oferece infraestrutura para serviços financeiros, anunciou uma mega rodada de R$ 1 bilhão, quebrando o jejum de mais de um ano sem aportes desta magnitude.
🐮 Mais Mu, foodtech de alimentos saudáveis e suplementos, capta nova rodada com BAT Brasil (antiga Souza Cruz), passando a valer R$ 125 milhões.
👀 Monuv, startup que aplica IA nas imagens de câmeras de segurança para alertar riscos, levanta rodada bridge de R$ 8,5 milhões com Indicator Capital e Invest Tech.
💼 Jobecam, HRtech que impulsiona diversidade e inclusão nas empresas, recebeu aporte de R$ 2 milhões, sendo uma das 11 selecionadas numa chamada para startups LatAm promovida pelo BID Lab.
🧠 Anthropic, startup de IA concorrente direta da OpenAI, recebe aporte de até US$ 2 bilhões do Google. O movimento acirra a disputa do Google, Microsoft e outras big techs no mercado de IA.
Essa foi a edição de The GrandFounder que antecede a centésima. Estamos perto de um grande marco.
Obrigado pela leitura, agora só falta compartilhar. Custa zero, mas vale muito! 😎
Abração!
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