Encerre as jornadas sem colecionar inimigos
Estamos na edição nº 35 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
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Nas lições atuais da série, estou falando sobre experiências e aprendizados relacionados à formação de time e desenvolvimento de #carreira.
Vem comigo… 👋🏻
Não é novidade que começar uma relação profissional é muito mais fácil do que encerrar.
O dia do adeus não é fácil para ninguém.
Há quem diga que uma demissão pode ser tão impactante psicologicamente quanto a perda de alguém querido.
Entretanto, a única certeza que se tem é que nenhuma jornada é para sempre. Tem muita coisa envolvida nos planos de vida e carreira de cada pessoa.
Algo que eu trouxe da minha vida pessoal para o meu dia a dia nas empresas é o desejo de não colecionar inimigos. Para conseguir isso, entendi que encerrar de forma amigável uma relação profissional é tão valioso quanto iniciar de tal forma.
Eu carrego um senso de gratidão pelas pessoas que dividiram seus dias comigo, nas batalhas, nas conquistas, nos fracassos. Enfim, toda energia empenhada teve sua importância.
Procurei materializar, de duas formas, na vida real, isso que acabei de introduzir para você. Coisas simples, mas muito simbólicas.
A primeira foi o mural de talentos da Hiper. Criamos uma área para fixar uma foto de cada pessoa do time, logo na sua primeira semana de trabalho.
Cada pessoa recebia uma foto impressa e fixava no mural, durante as atividades de integração, como uma espécie de batismo no time. Uma vez fixada a foto, nunca mais sairá de lá.
Se você chegar na sede da Hiper, você vai ver todas as pessoas que passaram pela empresa, desde os dias inicias, tendo ficado 10 dias ou 10 anos.
Isso é o que reforça o pensamento de que, independente do tempo que se tenha ficado na empresa, foi feita alguma contribuição para nossa evolução.
A outra, que considero de grande valor é a entrevista de desligamento. Nós introduzimos esse rito há muitos anos, quando nosso time ainda era super enxuto.
Nada mais é do que uma conversa realizada no último dia de trabalho de cada pessoa.
O protocolo é ouvir mais do que falar. Como era viver o dia a dia nos sapatos daquela pessoa, a relação com o time, com a liderança, com a empresa. Acima de tudo, ouvir o que se tem a dizer.
Não é momento para lavar roupa suja, não deixe o orgulho falar mais alto… Se você errou, aceite. Se a pessoa errou, não há necessidade de enfatizar. O momentos para ambas as tratativas já se foi, tarde demais.
Eu participava desse momento com a mesma importância que participava das entrevistas do processo seletivo. Foi valioso, muitos insumos para melhorarmos foram coletados ali.
Com o tempo, depois de centenas de entrevistas de desligamento, pude perceber como é impressionante como problemas não resolvidos são capazes de gerar dores crônicas e, quando não detectadas a tempo, irremediáveis.
Houve de tudo, de momentos alegres, leves e inspiradores, até situações tensas, com direito a lágrimas. Mas, nunca deixamos de fazer, de dar importância para encerrar direito as relações que começamos.
Era como dançar uma última dança juntos!
E tinha uma única coisa que eu sempre procurei deixar de mensagem, para todas aquelas pessoas: um muito obrigado por ter feito parte da história.
Se eu puder deixar um conselho a você sobre relacionamento interpessoal: não colecione inimigos. O mundo gira, gira, e seu caminho vai cruzar diversas vezes com muitas das pessoas com quem conviveu.
Poder olhar nos olhos, cumprimentar, sorrir e relembrar do que se viveu junto não tem preço. Entre todas as escolhas possíveis, prefira estar em #paz.
📷 Foto Luca Bravo on Unsplash
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