Empresas vencedoras escrevem suas histórias em jornadas
Estamos na edição nº 50 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
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Nas lições atuais da série tenho compartilhado aprendizados e ensinamentos sobre #gestão, para quem segura a responsabilidade de conduzir um negócio e vive a realidade de tomar decisões diante de todo tipo de desafio sem poder jogar a toalha.
Vem comigo… 👋🏻
Eu me acostumei a enxergar o ciclo de vida das empresas que vencem como uma sequência de jornadas, conectadas entre si, porém com durações distintas.
É como se dividíssemos a história que estamos construindo em temporadas. Assim com são feitas as séries do Netflix ou os capítulos de uma biografia.
Esse racional carrega consigo algo muito importante para quem quer fazer algo significativo no longo prazo. São vários episódios iniciais, “days ones”, recomeços…
Entenda que o ciclo de vida normal de qualquer negócio se resume a uma curva como a seguinte.
As empresas nascem, encontram seu espaço, começam a crescer e amadurecer, atingem a maturidade e caminham para a obsolescência e o fim.
Quanto tempo isso leva? Cada fase tem uma duração distinta. Estamos falando de um período longo, talvez algumas décadas para percorrer todo o fluxo: começo > crescimento > maturidade > declínio > fim.
Mas olhe para a história e veja se não foi exatamente isso que aconteceu com muitas das empresas que conhecemos e hoje não existem mais.
Algumas delas, inclusive, brilharam muito nos seus tempos áureos.
Dito isso, como podemos alongar a existência das nossas empresas?
Para mim, o único jeito é criando jornadas. Ou seja, novos começos a partir de pontos de inflexão que nos jogam num novo ciclo de começo > crescimento > maturidade > declínio … e nunca o fim.
Antes do fim, um novo começo.
Começar de novo requer em muitos casos apostar tudo em inovação. Fazer diferente aquilo que sempre foi feito do mesmo jeito. Reinvenção. Isso dói, é difícil e não se faz da noite para o dia.
Nos dez primeiros anos da história da Hiper foram 4 jornadas.
Jornada 1 – iniciou quando nem CNPJ nós tínhamos, desenvolvemos o sistema de gestão que daria início à empresa, fomos ao mercado, descobrimos um modelo comercial escalável e, do zero fomos ao cliente 5.000. Isso levou 4 anos (2012-2015).
Jornada 2 – uma nova jornada começou em 2016, depois de levantarmos a nossa primeira rodada de investimentos (captamos R$ 4 milhões), com o intuito de desenvolver um novo produto que mataria o produto inicial, aquele que nos permitiu fazer tudo o que tinha sido feito até então. Por quê? O mercado de automação comercial estava mudando, o cupom eletrônico estava nascendo e entendíamos que o que tinha nos levado até ali não nos levaria ao futuro.
Jornada 3 – iniciamos uma nova jornada quando a Hiper foi adquirida pela Linx (em 2019). De fato, configurava um novo começo, passamos a fazer parte de um grupo muito maior, com novos objetivos e planos na mesa. Foi preciso repensar o futuro.
Jornada 4 – após embarcar a bordo da Linx, viver pandemia + a crise econômica consequente, um fato relevante foi a aquisição da Linx pela Stone em 2020 (que viria a ser autorizada pelo CADE apenas na metade de 2021). Uma perspectiva de futuro completamente diferente que trouxe um novo momento para todas as empresas, inclusive para nós. Foi o começo de uma nova fase, em 2022.
Foi antes do início da Jornada 4, em abril de 2022, que eu decidi seguir viagem. Naquela ocasião eu decidi passar meu cargo de CEO para outro líder e encerrar minha jornada.
Decisão difícil, cheia de aspectos emocionais… afinal, eu havia fundado aquela empresa e tudo ali tinha um significado especial para mim.
Havia completado 3 anos desde que a Hiper tinha sido vendida e eu liderava a companhia na fase pós-venda. Porém, eu não me enxergava mais como protagonista daquela nova jornada, cujos sinais estavam se apresentando.
Mas por que naquele momento?
Como estávamos envolvidos num planejamento dos próximos 5 anos e eu não me enxergava mais ali dentro nesse período, eu achei mais prudente ser transparente, abrir o coração e passar o bastão para uma nova liderança, que planejaria o futuro e estaria ali para executar seu plano. Não o plano feito por outra pessoa.
O que marca o fim de uma jornada e o início da outra nem sempre é um acontecimento muito óbvio. Na real, no caminho do empreendedor nem todas as coisas que acontecem e nem todas as decisões que tomamos são óbvias. Muito menos racionais.
Por mais que não seja comum dizer isso, todos lidamos com decisões que não se resumem a analisar uma série de dados, métricas ou indicadores. Sempre há espaço para um certo nível de intuição.
É mais bonito afirmar que somos orientados a dados. Porém, na prática as coisas não funcionam sempre assim, concorda?
Intuição, confie também nela e não tenha medo de forçar novos começos.
Recomeçar é vital para desviar-se do fim.
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