Como, quando e para que trazer investidores para o seu negócio
Estamos na edição nº 52 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
📫 Vamos juntos durante toda a série? Inscreva-se na minha newsletter The GrandFounder e receba cada novo conteúdo da série direto no seu e-mail! A série tem sido publicada também no meu LinkedIn e no meu site.
Nas lições atuais da série tenho compartilhado aprendizados e ensinamentos sobre #gestão, para quem segura a responsabilidade de conduzir um negócio e vive a realidade de tomar decisões diante de todo tipo de desafio sem poder jogar a toalha.
Vem comigo… 👋🏻
Em se tratando de injeção de dinheiro, a jornada da Hiper teve de tudo.
Começamos usando as economias dos sócios, passamos por um período inicial onde o nosso próprio resultado financiava os projetos (“self funding”), captamos dinheiro do programa Startup Brasil, depois com aceleradora, e por fim, fizemos uma rodada com dois fundos de investimentos.
Dinheiro é dinheiro, não importa de onde vem. Porém, vivemos recentemente um período de grandes distorções, onde o sucesso de uma startup era fundamentado pelo quanto se captou de grana de investidores.
A minha visão sobre esse tema vai bem pelo oposto. Ninguém aplaude um cozinheiro quando ele chega do mercado trazendo os ingredientes para fazer um jantar, ou aplaude? Eu só mando os parabéns para a cozinha depois de experimentar o prato pronto. E se estiver bem feito.
Captar recursos é tipo isso… você passa a dispor (no máximo) dos ingredientes para fazer seu projeto de negócio sair do papel.
Tenho opinião formada a respeito, pois vivi (e vivo) nesse mundo há muito tempo. Já vi muitas startups ficarem pelo caminho mesmo tendo captado centenas de milhões de reais! Investimento é meio, não fim.
E tem mais, dependendo da forma como foi feita, a captação de recursos externos pode ser uma pá de terra sobre o futuro da empresa. E consequentemente, sobre os planos de futuro dos empreendedores. Portanto, cuidado!
Não que se deva evitar investimentos, mas deve-se captar investimentos com uma estratégia bem clara em mãos. E apenas com o intuito de servir de combustível para executar tal estratégia.
Primeiro tenha claro para que você e seu negócio precisam de dinheiro. Depois quanto é necessário. Só depois pense em quem você vai trazer para dentro como investidor (e sócio).
E talvez, você nem precise trazer um sócio. Existem muitas fontes de recursos, como você pode ver na imagem abaixo.
Outra coisa muito importante para considerar é o momento da empresa versus o perfil de investidor que se está buscando.
Para uma startup num estágio bem inicial trazer um investidor que exigirá certos níveis de governança como, por exemplo, ter que transformar a empresa numa Sociedade Anônima (S/A), pode ser ruim. Não pela governança em si, mas pelos impactos nos processos, exigências regulatórias e suas consequências no dia a dia do negócio.
Por outro lado, para essa mesma startup, trazer investidores que ajudem a pensar na estratégia, abram portas e agreguem conhecimento (e até mesmo clientes) a partir de suas redes de relacionamento podem ser contribuições determinantes para o sucesso.
Outra opção a se considerar são as fontes que não envolvem troca de participação societária, normalmente obtidas em bancos ou entidades de fomento.
São alternativas tão válidas quanto captar com fundos. Uma diferença é que não traz o componente “smart” (o capital intelectual) que muitos fundos ou grupos de investidores “podem” trazer.
Mas não se esqueça: dinheiro é dinheiro… e dependendo da estratégia, do momento e alinhamento de interesses, esta pode ser a melhor opção.
E por fim, mais uma dica que considero importante, de empreendedor para empreendedor: leve em consideração seus planos de futuro como indivíduo quando for buscar um sócio investidor.
A corrida por rodadas sucessivas de investimento, na grande maioria das vezes, vai trazer pesados compromissos com o retorno esperado pelo investidor.
Quanto maior o cheque, maior o tamanho que a empresa precisará chegar para poder resultar no retorno aos investimentos. E quem precisa estar no jogo é você, empreendedor.
Isso tudo precisa estar alinhado com seus planos de vida. Quantos empreendedores que você conhece que estão 100% alocados num único ativo: a startup. Talvez seja este o seu caso, assim como foi o meu durante muito tempo da minha vida.
Assim como qualquer investidor, o empreendedor também deve esperar um retorno da sua empreitada.
Portanto, não tenha receio de buscar liquidez e retorno financeiro para você e para sua vida. Você também merece ser rico e para isso você talvez deva abrir mão de ser rei.
Acho justo, e você?
📷 Foto Lucas Favre on Unsplash
🖤 Sinta-se em casa para deixar seu comentário, acrescentar algo ou mandar um feedback.
📨 Se esse texto puder ser útil para alguém do seu time ou da sua rede, compartilhe.