Como criar rituais que carimbam a cultura no time
Estamos na edição nº 20 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
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Nas lições atuais estou compartilhando minhas experiências e aprendizados sobre temas relacionados à cultura organizacional. Sou apaixonado pelo assunto!
Vem comigo… 👋🏻
Nas empresas, ainda é comum observarmos que dedica-se mais atenção para “as coisas” do que para “as pessoas”.
Não é à toa que existem tantas empresas sem alma, cheias de gente, mas ao mesmo tempo vazias.
O que as pessoas querem é sentir-se parte daquilo que estão ajudando a construir.
Uma boa forma de fazer isso acontecer é criar rituais que carimbam a cultura, o propósito, a missão da empresa no coração das pessoas.
O mais fantástico é que coisas simples têm o poder de gerar tal efeito. Coisas simples, mas que encaixam bem no estilo do time.
Quanto mais criativo, melhor.
Tem que gerar engajamento e trazer elementos da cultura da empresa para o dia a dia. Automaticamente, passam a ser lembrados e, de certa forma, reforçam com exemplos reais a vivência dos valores que formam o jeito de ser da empresa.
Dá para ir além do tradicional sino das vendas. É algo que funciona, vejo muito por aí. Mas, na minha opinião, não é algo que abraça todas as pessoas, concorda? Ainda mais em tempos de trabalho remoto.
Aqui vão alguns exemplos que criamos na Hiper, ao longo da nossa história, para ritualizar elementos da nossa cultura.
A caixa registradora: lá nos primórdios, quando ainda éramos somente os 3 fundadores, nós começamos a celebrar cada nova contratação do nosso software com um som de caixa registradora (“som de moedas caindo”). Quando alguém percebia que uma nova venda havia saído, tocava um som em MP3… Todos em silêncio, concentrados, e de repente moedas caindo! Ihaaaaaa!
Primeiro Dashboard: com o tempo, as vendas começaram a ser mais frequentes. Com isso, criamos um dashboard que consultava automaticamente as novas vendas e tocava a caixa registradora. Casa de desenvolvedores, esperava o quê? O ritual havia ganhado um novo elemento, desaposentamos um computador antigo, que voltou ao jogo e ficava ligado o dia todo para manter o dashboard ativo.
Camisetas com frases da cultura: ok, isso é bem clichê hoje em dia. Mas em 2014 não era. A primeira coleção de camisetas foi desenhada naquela época por mim mesmo. Dá para imaginar o que um não-designer criou? Mas, o que interessava eram as mensagens… e o time adorava usar. A cada ano uma nova coleção era criada. Até hoje tem gente que aparece com as camisetas lá do início dos tempos, viraram relíquia.
Buzina: nunca fomos muito fãs do tal sino de vendas… Motivo 1: alguém toca o sino, mas nem todos sabem o porquê. Motivo 2: precisamos de algo para comemorar todas as conquistas, não só as vendas. Motivo 3: quem não está no escritório, faz como? Com algumas horas de desenvolvimento, fizemos um app que rodava no navegador para qualquer pessoa registrar o que queria comemorar, escolhia um som (buzina, corneta, sirene, caixa registradora) e “fuego”! Uma baita TV reproduzia para toda a empresa o texto e som da comemoração e uma mensagem era replicada na nossa ferramenta de chat interno.
#GoHiper: que tal estimular as pessoas a reconhecerem seus colegas por atitudes e comportamentos dignos de uma comemoração? Foi assim que surgiu o #GoHiper. Qualquer pessoa do time, escrevia num pequeno cartão (pré-impresso) o que queria reconhecer, quem era(m) a(s) pessoa(s), e quais valores da cultura estavam relacionados àquele assunto. O #GoHiper era lido na reunião geral semanal e o cartão fixado num paredão na empresa. Com o tempo, aquela parede refletia o quanto a cultura era presente no dia a dia das pessoas. Por fim, evoluímos para um formato digital.
Reunião 360º: assim era chamada a nossa reunião geral, com todas as pessoas do time, realizada às sextas-feiras. A reunião surgiu em meados de 2016 e até o momento, foram feitas mais de 250 edições… e contando. Uma baita ferramenta de comunicação, transparência, alinhamento estratégico e cultural. Sim, tem assunto para trocar com o time toda semana, vai por mim!
Grito GO HIPER: “GO HIPER” passou a ser nosso grito de guerra! Surgiu numa brincadeira para encerrarmos uma das Reuniões 360º e ficou. Desde então, toda reunião semanal é encerrada com o grito: GO HIPER!!! 👊🏻
Estes são apenas alguns exemplos de rituais que fomos criando ao longo do tempo. Observe que em todos eles há dois elementos em comum: autenticidade e consistência.
Eram rituais simples, que tinham total ligação com o estilo da nossa turma e que eram repetidos quase que de forma religiosa ao longo do tempo. Como já mencionei: atos pontuais não reverberam.
Deixe a criatividade falar alto, mas não vá muito além do simples e enxuto. Não há necessidade de sofisticação, desde que engaje a turma.
E às vezes, certos rituais acabam sendo criados no acaso. Fique com o alerta ligado e incentive quando perceber algo ganhando forma e gerando movimento dentro do time.
📷 Foto Jason Goodman on Unsplash
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