A incansável busca pela cultura certa para a empresa
Estamos na edição nº 16 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
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Nas lições atuais estou compartilhando minhas experiências e aprendizados sobre temas relacionados à cultura organizacional. Sou apaixonado pelo assunto!
Vem comigo… 👋🏻
Bom, chegou a hora de implantar uma cultura forte na minha empresa.
Segura aí!
Antes de mais nada, permita-me um parêntesis: como pode uma simples frase conter tantos equívocos?
Essa é uma frase bem presente no cotidiano de muitos negócios, das startups às corps.
E o que tem de tão distorcido nela?
Primeiro…
Eu tenho uma implicação muito pessoal com o pensamento de que alguém vai “implantar uma cultura”. Implantar? Tipo, oferecer um software novo para ser usado por todos? Tornar obrigatório. E coitado de quem não usar ou se opor. É isso?
Um sonho!
Segundo…
Mais do que pensar que é possível seguir o tradicional next, next, finish, cultura implantada, é tosco acreditar que essa nova cultura será – num curto prazo – forte, admirável, verdadeira e vivida na prática por todas as pessoas.
É possível chegar a uma cultura forte. É lindo quando isso acontece, mas calma lá, dá bem mais trabalho do que se pensa.
Terceiro…
Basta! Chegou a hora! Vamos dar atenção para essa tal de cultura, porque do jeito que está não dá mais. Seria este o motivador?
É uma pena, mas as pessoas deixam a cultura seguir seu rumo, sem muita atenção, tipo um barquinho de papel sendo levado pela correnteza da chuva na sarjeta.
É o famoso raro que acontece com frequência.
Até que passa a incomodar como um sapato apertado no final do dia.
Quarto…
Tudo isso fica pior, quando a ordem de “implantar a cultura” é top-down, delegada pelo alto escalão para fazer-se cumprir, que de braços cruzados, vai esperar pelos resultados.
Aí mesmo chegamos ao ápice, tudo caminhando para um projeto que ligará nada a lugar algum.
Esse é o meu ponto vista. Nem doce, nem suave, mas cabível.
Se você se enxergou em algo que citei e isso te irritou um pouco, ótimo! O tema é nobre, vale toda provocação.
Espero ter conseguido chamar atenção para o fato de que a cultura para uma empresa é, sim, uma engrenagem estratégica, precisa ser cuidada com muito zelo e requer bastante energia.
Tudo começa pelo envolvimento dos fundadores e pessoas da alta liderança, com as mãos na massa, sem delegar para terceiros.
Cultura não é coisa de outro mundo, toda empresa tem. Boa ou ruim, forte ou fraca, “cool” ou “quadradona”, toda empresa tem.
A cultura é como as pessoas se comportam quando o chefe não está por perto.
E digo mais, não existe cultura certa, existe a sua cultura. A única coisa que precisa ser é verdadeira.
Aquela em que todos acreditam e vivenciam: do porteiro ao presidente.
Aquela que está presente no processo de seleção de pessoas, na integração das pessoas no time, nos diversos rituais que precisam existir, na abordagem de erros, no reconhecimento dos profissionais, nos feedbacks, na evolução e desenvolvimento de carreira…
Também presente na transparência, no agir de acordo com o que se fala, na hora de vibrar com as conquistas, na hora que está tudo indo de mal a pior, no momento de dar adeus a alguém…
Sem deixar de mencionar que a cultura também passa por dar a devida atenção para diversidade, inclusão, posicionamento em temas de ativismo, no tão falado ESG (sigla do inglês para Environmental, Social and Corporate Governance, ou para nós, Governança Ambiental, Social e Corporativa)…
Cultura dá trabalho, meus amigos e minhas amigas. Não tem nada que se aproxime de vou implantar uma cultura forte e… aconteceu!
Você começa a viver a cultura no dia zero, agindo e tomando decisões levando em consideração um conjunto de valores e premissas.
Então, você começa a documentar o que vale e o que não vale.
E a partir de tudo isso, você dedica (para sempre) uma boa parte do seu tempo para fazer a cultura manter-se viva. É preciso alimentar a chama da cultura, senão ela apaga.
Sonha em ter uma uma cultura forte na sua empresa?
Primeiro viva os valores e premissas para depois compor na cultura
Documente para deixar claro para todos o que tem valor
Faça com que suas próprias atitudes deem o tom sobre o que é esperado de todos
Crie diversos rituais para difundir no dia a dia, não em momentos pontuais
Não tem projeto de prateleira, cada empresa com a sua realidade e com seu nível de desafios. Mas, dê atenção aos tópicos acima, repita, vigie e evolua.
Cultura é feita para sempre e por todos, do porteiro ao presidente!
Quanto mais todos agirem, mais exercita-se a musculatura da cultura, e é daqui que vem a legitimidade e a força.
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