4 dicas de quem teve ótimos sócios para escolher seus sócios
Estamos na edição nº 10 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
Espero que goste e – mais do que isso – que te ajude a evoluir.
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Vem comigo… 👋🏻
Como é bom dividir momentos importantes com alguém que nos complementa, não é mesmo?
Isso vale para a vida e vale também para os negócios.
Eu tive sócios espetaculares. Tive o privilégio de contar com outros dois empreendedores de valores indiscutíveis, peito aberto para todo tipo de desafio e vontade de dar certo, independente das circunstâncias.
Na época, não usei de nenhuma super técnica para escolher meus sócios, simplesmente sentimos que funcionávamos bem juntos. E deu muito certo para nós.
Isto trouxe bons aprendizados. Outros aprendizados foram adquiridos acompanhando casos de colegas empreendedores, alguns de sucesso, outros não.
Hoje, enxergo alguns pontos que são extremamente válidos para serem analisados quando você está escolhendo as pessoas com quem vai dividir um negócio. É isto que quero compartilhar com você nesta lição.
Analise a pessoa com quem você cogita firmar sociedade através das 4 perspectivas a seguir, procurando pontuar cada perspectiva em uma escala de 1-5. Desta forma, você consegue avaliar os eventuais gaps, além de tornar mais tangível uma comparação entre candidatos.
Histórico profissional juntos
Se você conhece a pessoa há um bom tempo, isso é positivo. Mas, não é o suficiente para garantir que como sócios vocês terão sintonia.
Sócios atravessam momentos bons e ruins juntos. Momentos bons são fáceis de se dividir até com um desconhecido. Já os momentos duros…
Por esta razão, eu recomendo que você tenha conhecimento de como a pessoa age diante de momentos difíceis, onde é preciso raça, resiliência e muita parceria. Falar que age de certa forma é bem diferente de agir quando o “circo pega fogo”.
Uma das melhores formas de saber como a pessoa se comporta em momentos de estresse é vivendo na prática. Ter trabalhado junto te dá insumos suficientes para avaliar esse tópico.
Como a pessoa age sobre pressão? Abre mão dos prazeres momentâneos por algo que virá com o tempo? Tem comprometimento com as entregas?
Certas coisas, só dividindo o dia a dia para conhecer.
Alinhamento entre pessoa e missão a assumir
Comece definindo (em conjunto, se for possível) qual a missão, ou seja, qual será o papel de cada sócio no negócio.
Ao definir quem faz o quê você evita um problema típico, que eu chamo de futebol de quarta série, onde todo mundo se envolve em tudo, só toma decisões em consenso, enfim, fica correndo de um lado para outro, atrás da bola.
Isso também é conhecido como dividir as responsabilidades. Afinal, fazer junto significa aceitar as coisas feitas do jeito do outro… 😉
Um bom ponto de partida para dividir os papéis numa startup, que entendo que vale também para diversos outros tipos de empresa, é:
Um sócio que será o “vendedor” – vai garantir a geração de demanda e oportunidades, desenvolver negócios, trazer os clientes para dentro e cuidar deles.
Um sócio que será o “dono do produto” – de preferência que tenha perfil técnico e visão de negócio, conhecimentos fundamentais para desenvolver o produto que o mercado quer/precisa. Desenvolver é mais do que criar, é garantir que evolua no caminho certo.
Um sócio que será o “gestor” – quem assume a organização e mantém a operação em ordem, coordena o planejamento e acompanha os resultados e, que acumula (normalmente) a função de relacionamento com o mercado (investidores, clientes-chave, talentos, imprensa, etc).
Importante versus essencial
Procure diferenciar pessoas que são essenciais para o negócio daquelas que têm grande importância.
Cuide para não cometer um erro comum: dar participação na empresa para pessoas que desempenham uma atividade importante no começo, mas com o passar do tempo você percebe que, embora seja uma função importante, não precisa, necessariamente, ser desempenhada por um sócio.
Sócios devem ter visão de longo prazo, agregar para o negócio como poucas pessoas são capazes de fazer e precisam estar dispostos a evoluir junto, durante toda a jornada.
O time de (sócios) fundadores deveria ser formado por pessoas que se tornam essenciais, ou seja, sem elas, o negócio fica com uma lacuna difícil de ser preenchida por qualquer pessoa.
Com o tempo, outras pessoas do time se demonstrarão importantes e, é comum que haja uma compensação extra, que muitas vezes vem através de ações da empresa, o que faz dela sócia, mas normalmente numa proporção bem inferior aos sócios fundadores.
Match entre valores pessoais
Valores são a base da cultura da empresa e devem partir dos sócios fundadores.
Portanto, de forma, simples e direta: escolha pessoas que tenham sintonia total de valores com você. Existe pouca margem para consertar valores desalinhados.
Portanto, avalie com muita atenção se vocês compartilham dos mesmos valores. Do que não abrem mão? O que aprenderam com suas famílias? O que é inegociável?
Normalmente, estes são pontos que falam muito sobre o caráter, convicções e a forma como enxergam o mundo (e o futuro juntos).
📷 Foto Helena Lopes on Unsplash
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