15 perguntas para validar cultura no processo seletivo
Estamos na edição nº 38 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
📫 Vamos juntos durante toda a série? Inscreva-se na minha newsletter The GrandFounder e receba cada novo conteúdo da série direto no seu e-mail! A série tem sido publicada também no meu LinkedIn e no meu site.
Nas lições atuais da série, estou falando sobre experiências e aprendizados relacionados à formação de time e desenvolvimento de #carreira.
Vem comigo… 👋🏻
Longe de mim querer bater no peito e dizer que sou um grande entendedor de entrevistas de emprego, muito menos da psicologia por trás das respostas.
Talvez um ponto que joga a meu favor para poder dar uns pitacos nesse tema é o fato de eu já ter feito, pelo menos, umas 300 entrevistas na minha vida.
Tranquilamente foram mais! Deu para aprender um bocado de coisas.
Com toda certeza, até ter feito uma boa dezena de entrevistas eu não tinha nada do que me orgulhar. Mais uma prova de que tudo na vida se aperfeiçoa com estudo e dedicação.
Na minha modesta opinião, uma entrevista de emprego tem que ser preparada para ser leve e te possibilitar chegar a conclusões a respeito dos critérios que são, de verdade, importantes para selecionar alguém.
Eu vou abrir aqui o meu acervo pessoal de perguntas que eu costumo aplicar quando vou conversar com alguém num processo seletivo para extrair certos valores da pessoa e chegar a um parecer sobre alinhamento com a cultura (essa sempre foi a minha missão nos processos seletivos).
Normalmente não sigo uma ordem específica, nem me apego a usar todas elas, deixo a conversa acontecer e vou conectando umas nas outras.
O objetivo é chegar a conclusões a respeito dos critérios que norteiam a avaliação de cada vaga. Alinhamento com a cultura, por exemplo, era um critério padrão para todas as vagas na Hiper.
Vamos lá!
Conte para mim um momento em que você assumiu a liderança de um projeto (ou resolveu algo desafiador)
Na sua jornada [X] o que você mais aprendeu sobre você?
Compartilhe uma situação em que você desistiu de algo. O que te fez jogar a toalha?
O que significa para você trabalhar numa startup? O que te inspira nesse tipo de empresa?
Como você acha que deve ser o dia a dia numa empresa ideal para você?
Por que você decidiu trabalhar como [cargo/papel]?
Se eu perguntar para o seu time anterior como era trabalhar com você, o que vão me dizer? E o que eles gostariam que você melhorasse?
Qual foi o feedback mais duro que você recebeu? Como agiu?
Como você lida com um dia ruim, quando parece que tudo está dando errado e a pressão vem de todos os lados?
Do que você não abriria mão?
O que você mais aprendeu com a sua família?
Qual tipo de livro e conteúdo você gosta de ler/consumir? Qual foi o último livro que você leu por completo? Quando foi?
Se eu entrar no seu quarto agora, o que eu concluiria sobre você?
Na sua autoavaliação o que você evoluiu nos últimos 12 meses? Você está satisfeito com isso?
Quando eu te chamar para conversar daqui 12 meses, quais conquistas você quer comemorar?
Costumo aplicar, também, outras questões para entender um pouco sobre o histórico profissional e o que a pessoa vivenciou até chegar aqui.
Cada uma das questões acima tem alguma ligação com os oito valores que compõem o código de cultura da Hiper.
Isso é o mais importante na hora de estabelecer um roteiro para a entrevista, pois o que você quer é encontrar evidências sobre conexão com os valores da empresa (ou o contrário). Na prática, é o caminho para chegar à conclusão sobre contratar ou não a pessoa e por quê.
Fique à vontade para copiar e usar algumas (ou todas) se achar que faz sentido. Só não esqueça de checar se, através delas, você poderá concluir algo que seja relevante para definir se é a pessoa certa para a vaga e para a empresa.
E por falar nisso…
Lembro que há alguns anos andei estudando um pouco sobre que tipo de perguntas eram aplicadas nas entrevistas mundo afora. É de se espantar a quantidade de firulas que são adotadas por aí.
Considero raso e pouco conclusivo, por exemplo, perguntar se a pessoa gosta de trabalhar em equipe, por que eu deveria escolhê-la e não outra pessoa, pedir para contar seus defeitos, e outros tra-la-lás…
Pior ainda, é questionar a pessoa sobre qual animal ou objeto ela gostaria de ser, ou quantos elefantes cabem num estádio de futebol. Não se espante se isso acontecer com você hoje em dia ainda.
Ah! Mas o Google/Apple/Microsoft aplicam isso… Será mesmo? Se aplicarem eles devem saber como interpretar os diversos padrões de resposta.
Acredito profundamente que, para interpretar esse tipo de questão, você precisa dominar certos conceitos a respeito do comportamento humano.
Mas sejamos sensatos, isso não é o campo de domínio de boa parte das pessoas que se envolvem num processo seletivo.
Então, qual a necessidade disso? Totalmente sem pé nem cabeça para mim. É até um tanto brega!
Bem, essa é a minha opinião, e tudo bem se você pensar diferente.
Em suma, espero que eu tenha conseguido chamar sua atenção para, pelo menos, duas coisas: (1) é super importante chegar ao seu parecer (contratar? por quê?) com base em critérios objetivos quanto ao alinhamento das pessoas com a cultura da empresa antes de contratá-las; e (2) você pode conduzir uma entrevista de forma leve, empática e sem firulas.
📷 Foto Clem Onojeghuo on Unsplash
🖤 Sinta-se em casa para deixar seu comentário, acrescentar algo ou mandar um feedback.
📨 Se esse texto puder ser útil para alguém do seu time ou da sua rede, compartilhe.